Os cenários político e econômico desfavoráveis do Brasil se manifestaram no futebol. Isso porque Tite, técnico da seleção brasileira, informou que não irá de maneira nenhuma a Brasília cumprimentar o presidente Michel Temer, mesmo se o Brasil conquistar o Hexa na Copa do Mundo da Rússia.
“Eu não vou para Brasília antes ou depois da Copa do Mundo. Já estou decidido. Nem se for campeão eu vou”, disse ele em entrevista ao jornalista do portal R7, Cosme Rímoli.
O argumento de Tite para justificar sua não ida à capital é de que essa atitude poderia ser interpretada como uma maneira de enaltecer e pregar respeito a políticos, que são responsáveis diretos pelo mar de incertezas, condições econômicas desfavoráveis e pelo cenário político deprimente – marcado por corrupção e escândalos judiciais – no qual o país se encontra.
A visita da seleção brasileira vencedora de uma Copa do Mundo virou tradição ainda durante o regime militar. Em 23 de junho de 1970, Pelé levantou a taça Jules Rimet ao lado do presidente Emílio Garrastazu Médici, em atitude que pode ser interpretada como uma tentativa de desviar o foco das torturas e da rigidez política presentes no regime. Em 1994, a seleção tetracampeã visitou Itamar Franco.
No ano de 2002, o técnico Felipão conduziu a seleção brasileira pentacampeã mundial ao então presidente Fernando Henrique Cardoso. Em caso de título esse ano, a história não se repetirá com Tite.
com informações de yahoonoticias